Bonita vila do Concelho de Valpaços, de cuja Sede dista cerca de seis quilómetros.
Airosa vila, estende-se pelos visos claros de um planalto, com o casario agrupado em bairros e separado em sentido longitudinal pela Estrada Nacional 213.
0 povoamento do território desta freguesia deve ser muito anterior ao século XII, embora a falta de documentação e a insignificância da toponímia não permitam fundamentar devidamente o asserto. No entanto, a arqueologia dá –lhe verosimilhança.
De facto, além de existir perto um castro, passava aqui uma das mais notáveis via militar romana, que se dirigia de Aquae Flaviae para o Douro. Como nos referencia o autor da Monografia de Valpaços - A. Veloso Martins - enquanto as fortificações castrejas indicam a existência de população mais ou menos fixa em épocas pré-romanas, a via militar, só por si, facilitaria a crença de que as imediações dela deviam ser naturalmente habitadas.
Tudo indica tratar-se duma povoação, tipo Citânia, com o seu castro fortificado, já em ruínas. Como são de Muralhas, talvez daí advenha a designação dada pela população de “Muradelha”. Situa-se a cerca de 1500 metros para oeste da população e dos vestígios da estrada ainda hoje se vê um marco miliar inteiro (marco miliário) e fragmentos de outros. Este marco ao conserva-se em bom estado e é dedicado ao Imperador Macrino (217-218).
No que tange a toponímia, a origem da povoação actual deve provir de um conjunto de pequenos “Villares”, hipótese que parece adequada não só em termos linguísticos, mas também atendendo à configuração da povoação de Vilarandelo, que se divide em cinco bairros, todos em volta da igreja matriz, a saber: Bairro do Outeiro, da Cruz, de Baixo, da Rua e da Lavandeira. Precisamente cada grupo de casas ou bairro devia ter sido um pequeno ”villar” (fracção de vila) de origem e ao conjunto chamar-se-ia, pois, Vilarando (por serem pequenos, “Vilarandelo”), derivando daí, presumivelmente, o nome desta Vila.
Da história da povoação nada se sabe. Nem sequer, devido à sua localização geográfica, é possível dizer rigorosamente se se incluía na «terra» de Montenegro, se na de Monforte. No entanto, como depois do séc. XIII aparece no termo de Chaves, parece ganhar alguma força a afirmação de que estava incluída na «terra» de Montenegro, devendo o lugar ser foreiro à Coroa.
A situação paroquial inicial também é obscura e, apesar de lhe estar assaz vizinha a velhíssima sede paroquial de Santa Valha, não é certo que Vilarandelo se incluísse nesta paroquia. De qualquer modo, a paroquia de Vilarandelo ainda não aparece no arrolamento paroquial de 1320-1321.
O padroado de Vilarandelo também é ignorado antes do século XVIII. “Em 1706 aparece como vigairaria da Ordem de Malta e da comenda maltesa de S. João de Corveira, pertencendo ao termo e comarca de Chaves, ouvidoria e comarca de Bragança, contando 152 fogos”. Em 1768 era ainda da mesma representação. Os direitos da comenda devem repousar em aquisições medievais da Ordem do Hospital. Apesar de relativamente tardia a erecção paroquial, a Igreja de S. Vicente já devia existir previamente. Efectivamente, a Igreja é bastante antiga existindo, para além dela, mais três templos: capelas de Santo António, do Espírito Santo e de S. Sebastião.
A título de curiosidade, acresce referir ainda que esta freguesia foi pilhada e saqueada na noite de 15 de Novembro de 1846, pelas tropas do barão do Casal, no seguimento do célebre combate de Valpaços, por alturas das guerras da Patuleia.
0 povoamento no território desta freguesia deve ser considerado muito anterior ao século XII, embora da falta de documentação e a insignificância da toponímia como abono linguistico de antiguidade não permitam fundamentar devidamente o asserto, a que a arqueologia dá verosimilhança.
Dista 8 km. da sede do concelho. Vilarandelo ou «Bilharandelo» tem por orago S. Vicente, também padroeiro de Lisboa.
De facto, além de existir perto pelo menos um castro, passava aqui uma das mais notáveis vias militares romanas(Braga-Astorga),no entanto ereditos há que defendem como mais certo tratar-se da via que se dirigia de Aquae Flavie para o Douro, como nos referencia o autor da Monografia de Valpaços - A. Veloso Martins - enquanto as fortificações castrejas indicam a existência de população mais ou menos fixa em épocas pré-romanas, a via militar, só por si, facilitaria a crença de que as imediações dela deviam ser naturalmente habitadas.
Já Argote se referia às ruínas de uma antiquíssima povoação existente no alto de um monte pouco distante deste lugar, chamado esse monte expressivamente aCividade. Devia tratar-se de uma povoação tipo citânia, com seu castro.
Da estrada, escrevia o abade de Miragaia em 1886, «ainda hoje se vê nesta povoação o dito marco miliarinteiro e fragmentos de outros», referindo-se ao marco miliário citado por Argote. Este marco (fig. ao lado) conserva-se em bom estado e é dedicado ao Imperador Macrino (217-218).
Esta arqueologia também se encontra na vizinha freguesia de Possacos. A toponímia, apesar desta documentação arqueológica, é pouco expressiva de antiguidade, o que talvez se deva a despovoamento realizado por toda a província transmontana actual antes do século XII, e ao novo povoamento deve atribuir-se a existente, com o próprio topónimo principal, Vilarandelo.
Deve tratar-se de um derivado medieval de um curioso derivado de «villar», isto é, villarando* (cp. Villaranda, em Espanha), com o sufixo
*~ando, cuja raridade não é muito maior do que a de ~aco em Possacos (ou, melhor, Poçacos) e de ~uço (em Arcassó, ou, melhor, Arcuço), freguesia da região transmontana e mais ou menos vizinhas desta.
A origem da povoação actual deve estar, pois, pelos século IX-XI, em um conjunto de pequenos «villares», núcleos de povoadores sobre si ou esses núcleos um todo «per se», isto é, um *villarandello
(de *villarando, conjunto de villares ?).
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